Uma experiência missionária

Nós irmãs Ana Assini, Marisa Martinez e Zuleica Belote, fomos aos dias 26, 27 e 28 de julho à Aldeia Caramuru Paraguaçu dos Pataxó Hã Hã Hãe em Pau Brasil junto ao CIMI nas pessoas de Alda e o estagiário Jenário para apoiar a equipe diocesana da Pastoral da Criança. Dia sábado 26 pela manhã chegamos à casa missionária na aldeia com a idéia de, às 14 horas, darmos continuidade ao estudo bíblico que ai acontece bimestralmente, o que não foi possível por encontrar-se o pessoal na feira em Pau Brasil. Por isso saímos fazer algumas visitas... Ir. Zuleica foi com Alda à casa de Ilsa, a cacique... Pela noite mais umas visitas... Na escuridão da noite, as estrelas no céu brilhavam em todo seu esplendor... Na hora de dormir rimos muito porque na casa missionária se hospedam muitos insetos e bichos... quando estávamos quase dormindo caiu uma perereca no braço de Ir. Ana... ela sem saber o que era jogou encima do colchonete de Alda... foi um horror... Alda que gritava perguntando “é o que? É o que?” e não podia se levantar, pois está com uns bons quilos e demora se locomover quando deitada no chão... Ana que não parava de rir... O que valeu foi a agilidade do Jenário que dormia no outro quarto e teve que entrar em ação imediata... um pouco mais calmos ficamos todos dormidos, mas a meia noite começou a chover... e o telhado da casa tem muitos buracos... um bem justo acima da cabeça de Ir. Zuleica... ainda bem que a chuva era fraquinha... Valeu... tudo faz parte da missão...
Domingo 27 amanheceu chovendo e choveu o dia todo... mesmo assim saímos rumo as comunidades Paraíso, Bom Jesus e Milagrosa... chegamos na casa de Dona Sebastiana... preparamos a bóia, enquanto esperávamos a equipe da Pastoral da criança que ia de Itabuna. Quando chegaram (todas molhadas porque em Pau Brasil pegaram uma camionete sem toldo) almoçamos e logo após dividimos os grupos de visita às famílias: dois grupos de quatro pessoas e um de três. Irmã Marisa ficou com um grupo, Ir. Zuleica e Ir Ana com outro e Alda com outro... O objetivo das visitas era reativar a pastoral da criança na área indígena. Fizemos as visitas pela tarde do domingo e pela manhã da segunda feira, dia 28. Dormimos e almoçamos nas casas de apoio que nos acolheram. Foi um momento de muita graça poder estar mais uma vez junto às pessoas... visitamos praticamente todas as famílias, as escutamos, rezamos com elas e convidamos para um encontro às 14 horas na casa de dona Sebastiana. Rimos muito pois com tanta chuva carregamos muita lama... Ir Ana se atolava mais depois se arrancava e continuava... Ir. Marisa, depois de escorregar duas vezes resolveu andar descalça com chinelo nas mãos... e com a escusa de que na casa onde parava não havia muita água porque o rio está seco, e por causa do frio da noite, decidiu tomar banho só da cintura para baixo...
Nossas visitas foram muito bem vindas, todos aceitaram, se colocando a disposição para trabalhar e apoiar o trabalho junto às crianças, e suas famílias... é uma realidade onde as jovens já aos 12 anos, ou até antes, já são mães. Para cada uma de nós foi uma experiência única, é difícil falar com palavras o que sentimos nesses dias, quanto à acolhida e convivência com as famílias, mais também ao ver o estado de pobreza em que vivem, e como podem sobreviver quase sem nada, praticamente não há água, é uma realidade triste em que vivem nossos irmãos Pataxó Hã Hã Hãe. Também existe uma carência muito grande da presença da Igreja, passam até o ano todo sem a presença do sacerdote e eles sentem e reclamam, pois a maioria é católica.
Na hora certa da segunda feira todos estavam lá, na varanda de dona Sebastiana. Compareceram mais de 80 pessoas contando as crianças. Teve uma explicação por parte do coordenador diocesano da pastoral da criança do trabalho que implica essa pastoral, troca de experiências e perguntas, e terminamos partilhando um saboroso cachorro quente, muita pipoca e suco. Ficou marcado um retorno para o dia 31 de agosto para já começar a capacitação dos novos líderes e colaboradores da Pastoral da Criança.
Agradecemos a Deus em primeiro lugar, a oportunidade que temos junto ao CIMI e a Pastoral da Criança de poder dar da nossa pobreza...
Tupã Deus continue fazendo sua obra nos corações dos seus filhos e filhas...
Com carinho, suas irmãs MAR de Itabuna
Ana, Marisa e Zuleica

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